A vida da gente é cíclica. Há temporadas em que tudo dá muito certo, em outros momentos as coisas não vão tão bem. Saber distinguir e entender cada fase da vida nos ajuda a conduzir, com sabedoria e maturidade, as decisões dia a dia. Um aspecto bastante importante para equilibrar a mente e o coração em ambas fases é a autoestima.
Autoestima é a avaliação que uma pessoa faz de si mesma. É um gostar de si e cuidar-se física e espiritualmente. Quando tudo vai bem, é bastante fácil a autoestima estar elevada, pois se recebem elogios, os resultados do trabalho são atingidos, um amor é correspondido. Quando, no entanto, nossa vida de realizações e sucessos está em “baixa temporada”, é comum que a autoestima fique abalada.
Pode aparecer o sentimento de culpa por aquilo que não foi feito. A rejeição de seus valores e sua essência, até mesmo uma dificuldade de acreditar que a sua vida tem algum propósito. Penso que uma vida com propósito claro e de acordo com seus valores auxilia muito para que a autoestima não se abale.
Você já parou para pensar qual é o seu propósito neste mundo?
Por que será que você nasceu, cresceu, estuda, trabalha, namora ou busca um namorado, talvez até já se casou e teve filhos, ou está buscando a maternidade? Sua vida não foi criada por Deus para que você seja só mais um na multidão. Acredite: mesmo que esteja passando por dificuldades, cada problema e desafio deve ser encarado como uma nova chance de amadurecimento, de crescimento espiritual, de aprimoramento do seu ser.
As cruzes, como dizemos no Cristianismo, estarão em nossa vida até que a gente morra, e não é por causa delas que devemos ter uma avaliação ruim de nós mesmos. Ao contrário, o cristão sabe que a cruz faz parte da vida, e, em vez de se entregar à tristeza e dor, às reclamações ou ao sentimento de incapacidade, de derrota, de mal querer a si mesmo, a gente precisa pedir ao Espírito Santo a graça de ser sábio em todas as decisões do dia, com autoestima e ânimo para encarar todas as situações, por piores que sejam.
Como cuidar da autoestima?
Eu penso que para ter uma autoestima adequada, é importante ocupar muito bem a nossa cabeça com boas leituras, um serviço digno e entregue sempre com a melhor qualidade possível, e ter, no seu círculo de amigos, outras pessoas que tenham valores similares aos seus. Não é se encastelar apenas com quem pensa exatamente como você, mas ter entre os seus vários amigos, aqueles que o reconhecem como alguém importante, admiram e que você também nutre certa admiração.
Não perca tempo cercando-se de gente que só abre a boca para criticar e falar de suas falhas. Reconheça que você as tem e procure melhorar também a partir do exemplo de vida de pessoas que você admira, sem abalar a sua autoestima com críticas negativas de quem, às vezes, nem conhece ou respeita seus valores e sua verdade.
O outro extremo também é ruim: autoestima acima do adequado, quando nos consideramos melhor que os outros em tudo e passamos a menosprezar as pessoas. Tem até um ditado que diz: melhor negócio do mundo seria comprar alguém pelo que ela vale e vender pelo que ela pensa que vale.
Garantir a autoestima, portanto, exige equilíbrio para compreender que temos um valor imenso, fomos criados à imagem e semelhança de Deus, e podemos fazer deste mundo, a partir da nossa casa, um lugar melhor, apenas pela nossa presença, que seja luz e edifique a vida dos outros.
Mariella Silva de Oliveira Costa
Jornalista, doutora em Saúde Coletiva (UnB), mestre em tocoginecologia (Unicamp).