Um erro é quase sempre um erro. No entanto, adquire ainda mais esse estatuto quando, de forma antecipada, o reconhecemos como tal e, ainda assim, reunimos forças para o cometer.
Há diversos tipos de erro. Os mais pequeninos, ou mais leves, que não deixam marca em quem os pratica e que se esquecem com relativa facilidade. Há, ainda, os erros desculpáveis; que deixam marca, mas que se podem compreender e aceitar. Há, também, os erros graves. Desta categoria fazem parte os que mais nos magoam e, de alguma forma, nos alteram.
Usamos, muitas vezes, a palavra erro no nosso discurso sem pensar muito sobre ela ou sobre o peso que pode carregar. Ninguém gosta de estar errado. De errar. De falhar. De fazer diferente do que era suposto. No entanto, os erros são professores extraordinários. Sem erros, não aprendemos. Sem fazer coisas mal feitas, nunca seremos capazes de as distinguir das coisas bem feitas.
É o erro que nos ensina a ser melhores. É através das falhas que podemos ver o caminho de uma forma diferente. Numa outra perspetiva.
Quem acha que está sempre certo, normalmente está errado. Quem julga que não comete erros está, nesse mesmo momento, a cometer um. Não é por acaso que as pessoas apregoam que “errar é humano”. Errar faz parte do que somos e do que havemos de ser, também.
Até julgo que fará algum sentido dizer que são os erros que nos tornam humanos.
Que não nos falte, depois, a humildade para reconhecer o que podemos ser depois dos erros e, mais que tudo, para além deles.
Que não nos falte, também, a frieza de admitir a quantidade de erros de que vamos sendo feitos.
Marta Arrais | Cronista
iMissio