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Procrastinação: o hábito de deixar tudo para a última hora

Quem nunca pensou diante de alguma tarefa ou obrigação: “fica para depois” ou “amanhã eu faço”?

Esses são pensamentos comuns que acometem a maioria das pessoas e atrapalham aquela dieta que sempre fica para a segunda, ou que interferem até mesmo em questões mais sérias, como o adiamento contínuo da consulta com o médico, quando se trata de algum problema de saúde.

O hábito de deixar tudo para depois, pode assumir grandes proporções, provocando transtornos na vida pessoal, profissional, acadêmica ou financeira.

Procrastinar e adiar compromissos gera, além de ansiedade e estresse, um mal-estar generalizado enraizado na crença de impotência e incompetência de quem deixa tudo para última hora. Pelo fato de não se julgar capaz de realizar tarefas importantes relacionadas ao trabalho ou de arcar com as responsabilidades.

A sensação de prazer imediato que se obtém ao deixar aquela obrigação para amanhã é sempre acompanhada de estresse, no momento seguinte, diante do acúmulo do trabalho e o pouco tempo para a sua realização. A culpa e o remorso, frequentemente, aparecem devido à utilização do tempo de forma inapropriada.

Em pessoas muito perfeccionistas, a dificuldade em lidar com as frustrações e a autoexigência, são alguns dos gatilhos que acionam a procrastinação de tarefas, sejam na vida acadêmica ou na vida profissional. Entrega de trabalhos na data limite e a sensação de não ter usado todo o seu potencial para realização de determinada tarefa são exemplos claros.

Não fazer algo por medo de errar ou devido à insegurança em tomar decisões importantes, também, paralisam de tal forma que impossibilitam a ação e levam à estagnação. Comportamento bem frequente, por exemplo, frente a necessidade de se terminar uma relação ruim e insatisfatória ou para dar aquele passo importante rumo a tão desejada mudança de carreira.

A falta de motivação em relação a um emprego inadequado ou a permanência em uma relação fracassada, pode adquirir contornos de profunda tristeza e em algumas situações, inclusive, levar à depressão.

Nesses casos, o processo psicoterapêutico é muito bem-vindo para auxiliar a pessoa com tendência procrastinadora a detectar quais os verdadeiros motivos que a impelem a isso. Entender o que acontece dentro de si é o primeiro passo para promover mudanças internas e externas em prol de uma maior qualidade de vida.

 

Juliana Cantatori – Psicóloga

CRP04/31301

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