O cuidado é uma atividade essencial para a vida em sociedade. Somos seres sociais só e somente só por que em sociedade cuidamos uns dos outros.
A ideia de contrato social tem como base um acordo de cuidado coletivo. O Estado foi criado para “cuidar” da sociedade, pelo menos no discurso…
Contudo, o cuidado é sistematicamente desvalorizado. Cuidar de crianças, idosos, pessoas com deficiência é visto como desagradável obrigação.
A solução, para quem pode, é pagar, mal, para que alguém cumpra a função. Ou, pior, simplesmente não pagar. Coincidentemente, ou não, quem cumpre o papel do cuidado é a mulher. A babá, a professora da escola infantil, a cuidadora de idosos. A mãe de primeira viagem, a solteira, a avó a doméstica.
E o cuidado humaniza tanto quem cuida quanto quem é cuidado. Pois, mostra que não prescindimos ninguém, pelo contrário, todas pessoas são imprescindíveis.
Visto como um trabalho de segunda categoria, ou ate mesmo um não trabalho, o cuidado reside no imaginário romantizado das tarefas femininas.
Logo, o papel subalterno do cuidado é um sintoma de adoecimento social, também um sintoma de machismo.