Amados irmãos e irmãs, Papa Francisco na sua encíclica Amoris Laetitia nos diz que:
“A alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja.” Assim começa a exortação, com palavras que animam o espírito daqueles que leem e consola as famílias aflitas. É o amor, a alegria desse sentimento, que aquece os corações dos membros familiares, por isso, a Igreja exulta de alegria.
Quando se fala de família como festa, muito mais do que a ideia de uma casa festeira ou festiva, é uma família feliz, que vive a alegria, capaz de celebrar todos os momentos e ocasiões com seriedade e paz. Mesmo diante dos desafios que hoje enfrenta, sem perder de vista os valores que contribuem para uma vivencia pautada no amor, no diálogo na confiança e na esperança com que se deve celebrar a vida. Na certeza que a presença do Senhor habita na família real e concreta, com todos os seus sofrimentos, lutas, alegrias e propósitos diários. Quando se vive em grupo, é difícil fingir e mentir, não podemos mostrar uma máscara.
Se o amor anima esta autenticidade, o Senhor reina nela com a sua alegria e a sua paz. A espiritualidade do amor familiar é feita de milhares de gestos reais e concretos. Deus tem a sua própria habitação nesta variedade de dons e encontros que fazem maturar a comunhão. Esta dedicação une «o humano e o divino», porque, está cheia do amor do Senhor. Em suma, a espiritualidade matrimonial é o vínculo habitado pelo amor divino. A família é realmente uma luz para vida em sociedade, por isso, ela é chamada a fazer um caminho dinâmico capaz de curar as feridas que ao longo da história foi surgindo, fragmentando e sufocando este grande dom.
O amor deve transbordar, ser capaz de abrir-se as realidades e ser presença edificante em meio a tantos desamores, pois, quando a família se torna aconchego acolhedor de ternura e sai de si ao encontro dos outros, especialmente dos pobres e abandonados torna- se exemplo e testemunha do amor misericordioso de Deus.
Concluo com as palavras do Papa Francisco:
“Na realidade, o amor social, reflexo da Trindade, é o que unifica o sentido espiritual da família e a sua missão fora de si mesma, porque torna presente o querigma com todas as suas exigências comunitárias. A família vive a sua espiritualidade própria, sendo ao mesmo tempo uma igreja doméstica e uma célula viva para transformar o mundo”. *[391]
«As tuas mãos são a minha carícia,
o meu despertar diário
amo-te porque tuas mãos
trabalham pela justiça.
Se te amo, é porque és
o meu amor, o meu cúmplice e tudo
e na rua, lado a lado,
somos muito mais que dois».*[204]
Irmã Sacramentina de Bérgamo. Maria Socorro Pereira Costa
*Exortação Apostólica “Amoris laetitia” pós-Sinodal do Papa Francisco sobre a família,2016.