Falta-nos sonhar. Falta-nos acreditar que o mundo pode ser mais. Falta-nos carregar a vida com as nossas esperanças numa confiança de que ainda há muito para alcançar.
Falta-nos sonhar. Colocar a nossa vida num arriscar constante e assim deixarmo-nos encontrar com o que verdadeiramente somos e queremos. Falta-nos sonhar. Falta-nos idealizar e planear. Escrever por entre linhas direitas tudo aquilo que fizemos de torto.
Falta procurarmos a nossa terminação. Enfrentarmos a nossa finitude e perguntarmos a Deus de que promessas e sonhos somos feitos.
Falta-nos sonhar. Colocar em equação todas as contas dos nossos planos. Duvidar e dividir. Errar e voltar a ganhar a motivação de sonhar ainda mais alto. Precisamos que os sonhos nos deem cor à vida. Precisamos que sejam revelados pelo brilho dos nossos olhos.
Falta-nos sonhar. E acreditar que tudo virá a ser possível diante deste reino do impossível. É tempo de nos tornarmos eternos sonhadores e fazer da nossa existência um poema cheio de profecias. É sonhando que nos fazemos e refazemos. É sonhando que partimos de novo, vezes sem fim, em promessas que nos resgatam.
Falta-nos sonhar. Imaginar o incerto. Tentar tocar o invisível e, deste jeito, permitirmos que aconteça vida em nós. Falta-nos viver com as incertezas que advêm do medo e sentirmos profundamente como se vive em caminhos de plena confrontação e descoberta.
Se hoje não sonharmos como suportaremos o nosso passado? Se hoje não sonharmos como viveremos o presente? Se hoje não sonharmos como desenharemos o nosso futuro?
A minha vida. A tua vida. E a nossa vida só avança quando deixamos que todo este dinamismo ganhe sentido numa força que não a dominamos, mas que nos eleva e nos convida a moldar-nos.
Por isso, hoje, se não queres continuar em direção a um sentido que não te dá sentido, pergunta-te corajosamente: quantos sonhos caminham contigo?
Emanuel Antônio Dias
iMissio