Você tem sentido um certo desconforto com o número de informações que tem recebido nesses dias? Foi feita até uma brincadeira, nas redes sociais, que citava a quantidade de vídeos e lives, e também programas de televisão, com especialistas de toda a natureza, falando acerca da pandemia ocasionada pela COVID-19.
Daqueles que são ansiosos e costumam, naturalmente, fazer cenários futuros catastróficos, tenho ouvindo, costumeiramente, que ficam cansados e mais ansiosos ao acompanhar todo tipo de noticiário, fato que nos faz pensar, pontualmente, que temos de escolher o que vemos, qual a fonte de notícia e, especialmente, a quantidade de horas que ficamos ligados aos noticiários e às redes sociais.
Você precisa desse tanto de informações que está consumindo?
Um bom pensamento: qual a necessidade de tanta informação? Em que ela poderá ajudar a sua vida? Ela mudará positivamente sua condição neste momento? Você pode precisar de informações do governo acerca de benefícios sociais ou leis; então, se este for seu caso, escolha a fonte, evite jornais com tom sensacionalista, evite ficar o dia todo frente à TV.
Pelo fato de termos essa dificuldade para lidar com este momento inesperado em nossa vida, a primeira emoção que se desperta, portanto, é o medo. Cercados pelo medo, tornamo-nos mais frágeis, aumentamos nossa insegurança. Está aí criado um terreno fértil para alimentar estados mentais alterados.
Além de selecionar o que se vê, você pode ser um agente de esperança e de paz quando evita propagar informações sem fonte confirmada. Tenho visto várias mensagens “repostadas” na internet, que não têm fonte confirmada, que são antigas e não se relacionam com a situação atual, que são montagens, as famosas fake news, ou seja, terreno fértil para ainda maior confusão. Portanto, avalie bem a necessidade de repassar uma mensagem que pode dar mais confusão e contribuir para o desespero dos seus amigos.
Já vivemos tempos suficientemente confusos, então, não seja você aquele que vai piorar as coisas. Além de não ajudar, instaura pânico, ódio, separação. Isso é sinal de sabedoria e bom senso.
A comunicação é uma arma poderosa, mas também um poderoso remédio
A comunicação é uma arma poderosa: se bem utilizada, aproxima as pessoas, traz entendimento e compreensão. Quando usada sem critério, faz o contrário a isso. Não façamos o papel daqueles que agem de forma a confundir e que podem contribuir efetivamente para a disseminação do desespero e da desunião.
Um remédio poderoso é a comunicação: ela pode curar uma situação ou, efetivamente, piorá-la. Não precisamos disso. A pandemia deixou mais evidente uma falha grave que temos: muitas vezes, apegam-nos ao “ouvi dizer”, “contaram-me”, “parece que”, somado a uma falta de senso crítico. Quanto de informações das redes sociais é confiável? Qual o crédito e valor que tenho dado a elas? Tantas “pseudomedicações” foram divulgadas, nos últimos dias, e com elas as filas nas farmácias buscando a “potencial cura”, prejudicando quem, realmente, precisa de tais medicamentos.
Teríamos vários exemplos a dar, mas a intenção é que possamos refletir mais, propagar menor volume de informação sem confirmação e ter uma ação mais coerente com nossas escolhas de vida. O excesso de informação nem sempre significa a informação de qualidade. Selecionar a informação que se passa para frente também é sinal de respeito para com o próximo. Pense nisso!
Elaine Ribeiro
Psicóloga Clínica
(Artigo publicado em www.cancaonova.com)