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E se (tudo) fosse para sempre?!

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Vivemos como se os nossos dias não estivessem contados. Gostamos de fazer planos como quem se julga eterno e como quem crê que a morte só bate à porta dos outros.

Acreditamos que a vida nos vai dar outras oportunidades. Que hoje não soubemos ser bons e que não faz mal. Amanhã podemos tentar outra vez. E, depois, quando chega o dia seguinte voltamos a repetir o raciocínio. Posso ser bom amanhã. Ou outro dia. Hoje faço o que me apetece, atiro aos outros as palavras que me apetecer, lanço-lhes as minhas arrelias, frustrações e faltas de amor.

Gostamos de acreditar que somos para sempre. Que a vida dos outros acaba, mas que a nossa…não. A nossa é a nossa. Os nossos são os nossos. E tudo aquilo que nos pertence tem o selo do infinito. Era bom, não era?

Era bom que as oportunidades fizessem fila à porta do coração.

Era bom que as desculpas que damos se fizessem velhas.

Era bom que aquilo que precisamos de resolver e perdoar pudesse ser adiado outra vez. E outra. E todas as vezes.

Era bom que não nos despedíssemos. Que não fosse, nunca, a última vez.

Era bom, não era?

Mas não é.

As últimas vezes também fazem casa na nossa vida. As oportunidades também podem secar antes de alcançar as nossas mãos. As despedidas podem ser forçadas em vez de queridas.

Não somos para sempre. Estamos cá agora, mas não sabemos o que nos espera na hora seguinte.

No entanto, e ainda que estejamos mais longe do que nunca, ainda vamos a tempo de dar os passos que nos faltavam para chegar onde fazemos falta.

Não somos desta vida. Mas, agora, a vida é nossa. É tua. Já paraste para pensar no presente que tens nas mãos?

 

Marta Arrais | Cronista
iMissio

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