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Criatividade: habilidade natural ou fruto do esforço?

 

O que é a criatividade?

Quando falamos sobre criatividade, passamos por um conceito bastante interessante: o conceito da inteligência. Essa capacidade, inerente ao ser humano, é aquela que nos difere uns dos outros e, também, diz de capacidades em “tipos de inteligência”. Isto é, alguns de nós são mais verbais, lógico-matemáticos, espaciais, cinestésicos ou interpessoais, segundo a ótica de Gardner, autor que fala de múltiplas inteligências.

Cada capacidade humana pode ser traduzida como um tipo de comportamento criativo, uma vez que, do ponto de vista neuropsicológico, essas habilidades são resultados do uso de várias regiões cerebrais, essas controlam e colaboram efetivamente na execução de algo.

Então, o que é criatividade? Dos vários conceitos existentes, podemos pensar como a união das habilidades que permitem tanto a adaptação, quanto a realização de novos modos para contextos específicos. E, ainda, a capacidade de criar soluções apropriadas e inovadoras, porém, que venham da utilidade, da quebra de ideias prévias, que resultem da motivação e persistência; e aquilo que é obtido a partir do esclarecimento de um problema que era inicialmente vago (Lubart, 1999; Newell e colabs, 1963; Boden, 1990).

Os conceitos relacionados à criatividade, partiam, inicialmente, dessa capacidade quase que genética, ou seja, algo que a pessoa naturalmente traz em si. Porém, estudos ao longo dos anos, revelaram que o ambiente tem papel expressivo. Papel esse, tanto para fazer com que a criatividade venha à tona, ou ainda, que ela seja reprimida, sendo tais bloqueios de diversas naturezas, como culturais, emocionais, intelectuais, de normas e valores de uma sociedade, ambientais, dentre outras.

Portanto, pode haver para algumas pessoas, uma fluência maior da criatividade, que vem a partir de diversos estímulos aos quais ela é exposta ao longo de sua vida. Tais situações nos levam a pensar que, a criatividade dificilmente aparece do nada, ou seja, ela será fruto de experiências adquiridas, de estímulos recebidos, de conexões mentais anteriores à necessidade apresentada para que a criação aconteça.

Incentivar a criatividade

Um dos “motores” para a criatividade, portanto, é a necessidade. Muitas vezes, ela nos ajudará a pensar em alternativas e soluções diferenciadas. Penso que, muito da confusão associada é a criatividade relacionada às artes, ou ideias fantásticas. Claro que, ideias fantásticas são realmente legais, mas não apenas isso, porque elas são, também, criativas.

Um dos nossos maiores bloqueadores criativos são as proibições e limitações que, muitas vezes, foram ouvidas nos ambientes em que vivemos. É aquele “Isto está feio”; “Que coisa estranha!”; frases como essas que, juntas com nosso estilo pessoal, podem ser nossos maiores inimigos.

Portanto, juntos podemos pensar que: a criatividade está relacionada ao esforço empenhado em uma situação, que pode gerar novas ideias e, com isso, oferecer novas possibilidades. E, se formos olhar bem a fundo para nossa história, quantas vezes não tivemos uma grande ajuda da criatividade para solucionar um problema ou propor uma mudança na vida?

É fato que, cada um de nós pode reagir às situações de uma forma diferente: uns mais rápido, outros demoram mais, uns com ideias geniais, outros que precisam um pouco mais de limitações. Algo é importante e você pode fazer: cada vez que você faz o caminho de casa por uma rua diferente, ouve uma música, lê um novo livro, conversa com pessoas, sente um novo cheiro, prepara uma comida que você nunca fez na vida e tantos outros exemplos que eu poderia citar aqui, você está abrindo novos caminhos para que a criatividade se faça presente em sua vida.

Que tal começar hoje?

 

Elaine Ribeiro
Psicóloga Clínica e Organizacional

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