Vivemos um tempo de rapidez nas informações e uso de tecnologias nas várias realidades da vida. Com isso, não é incomum que uma das coisas com as quais mais soframos seja a dificuldade na comunicação. Queixa constante nos diversos contextos onde estamos inseridos, a comunicação algo que, por vezes, parece tão simples, torna-se a discórdia entre as pessoas.
Uma palavra que não foi bem colocada, uma dificuldade de expressão, um ‘não’ que deveria ser ‘sim’, um ‘sim’ que deveria ser ‘não’. São muitas as formas de comunicar, que podem favorecer ou não o relacionamento com o outro.
Comunicação assertiva
Como, então, pensar numa comunicação assertiva, ou seja, aquela que diz o que realmente quer dizer? Uma coisa importante deve ser avaliada: sou uma pessoa que tem dificuldade de colocar limites, a necessidade de ser aceita nos meios em que estou? Se você se identifica com esse jeito, é bem provável que sua comunicação nem sempre seja assertiva.
Uma pessoa assertiva é aquela que consegue expressar sentimentos, opiniões, que justifica e explica sem agredir, de forma honesta com si mesma, levando em consideração o outro. Se essa comunicação é assertiva, as chances de um relacionamento saudável ser estabelecido entre as duas partes ou num grupo é cada vez maior.
Colocar-se no lugar do outro é um dos primeiros e mais importantes passos: “Eu gostaria de ouvir o que estou dizendo para o outro? Se eu ouvisse isso, como me sentiria?”. Esse pequeno e simples exercício nos levaria a uma compreensão muito mais clara das situações que vivenciamos e das dificuldades que temos na comunicação. Se por um lado, a comunicação assertiva cria pontes e facilita os relacionamentos, a comunicação agressiva ou passiva impede que tenhamos qualidade mais expressiva neles.
Quando sou passivo ao comunicar, evito discordar, tenho medo de falar o que penso por medo de ser rejeitado, peço muitas desculpas por medo ou vergonha, tenho medo de dizer não e quero evitar, ao máximo, indispor-me como o outro. Ao agir desta forma, é bastante comum ouvirmos algo assim: “Sinto-me engasgado com tal pessoa ou com tal situação”. O que começa com um “engasgo” passa, rapidamente, a uma indisposição cada vez maior. No fim desse ciclo, a sensação é sempre negativa, frustrada; e vivemos uma eterna anulação do que sentimos e queremos.
Comunicação agressiva
Já na comunicação agressiva, a reação mais comum é de negação do sentimento e das realidades do outro. Ao comunicar-se, a pessoa ignora o que o outro pensa, diz ou sente, com uma série de atos, com a interrupção do outro, a negação da fala com uma resposta do tipo: “Mas o meu caso é assim…”, “mas eu sempre acerto…”, “mas você nunca sabe….” ou outras interrupções similares. O tom da fala pode ser ameaçador ou hostil, e tudo isso contribui para uma comunicação positiva e assertiva com o outro.
Evitar conclusões precipitadas ou baseadas em situações nada concretas pode contribuir para que sua comunicação se torne melhor a cada dia. Cada vez mais vemos situações de intolerância na comunicação partindo para relações agressivas e destrutivas. Ouvir e respeitar a diferença do outro cada vez mais se torna um desafio no relacionamento, mas é a partir da observação que fazemos nossas atitudes; conhecendo-nos, cada vez mais, é que podemos crescer na comunicação e no retorno que damos ao outro.
Elaine Ribeiro dos Santos
Psicóloga Clínica e Organizacional