Para a Doutrina Social da Igreja, a política é “uma prudente solicitude pelo bem comum” (João Paulo II, Laborem Exercens, 20).
Política e democracia são noções que há muito tempo caminham juntas e por vezes até se confundem. Quando há democracia, a política pode verdadeiramente se manifestar. A democracia como regime de governo pode ser considerada um exercício raro na história. Teve sua primeira experiência como Demokratia (Demos = povo; Kratia=governo) na antiguidade grega. Após essa experiência, devido às muitas guerras enfrentadas e ao reordenamento mundial em função dos grandes impérios, predominou a aristrocacia e absolutismo dos reis como forma de governo. Depois de longos séculos, já na modernidade, com o advento do liberalismo, a democracia tornou-se um regime político experimentado por várias sociedades e adquiriu formatação diferenciada. Devido ao grande número de habitantes e a complexidade das sociedades modernas, a democracia emergiu a partir do princípio da representatividade e seu funcionamento pressupõe que os cidadãos elejam representantes para legislarem sobre assuntos de interesse de todos. Por isso, é comum nos dias atuais o exercício da participação na democracia por meio de um sistema indireto ou representativo.
A escolha dos representantes pelos cidadãos, através das eleições, é uma das condições básicas da democracia moderna que pressupõe, fundamentalmente, o voto com igual valor para todos como a principal forma de participação política dos eleitores. As teorias modernas consideram a democracia como um conjunto de regras e procedimentos para a constituição do governo e para a tomada de decisões. Nesse sistema, os cidadãos escolhem aqueles que consideram os mais preparados para os representarem politicamente. Nessa perspectiva, a democracia é considerada um meio, e não um fim em si mesmo.
Fica claro, portanto, que no modelo representativo o voto é o pressuposto fundamental para o exercício democrático. No entanto, apenas votar em eleições períodicas tem-se mostrado insuficiente para o exercício pleno da democraia. É preciso que o eleitor esteja atento às ações de seus representantes, tornando o exercício da cidadania algo cotidiano em sua vida. Ou seja, é fundamental o acompanhamento sistemático dos eleitos.
Robson Sávio Reis Souza
Coordenador Nesp/ Arquidiocese de BH – PUC Minas