Você é uma pessoa autocrítica?
Quantos de nós já não nos pegamos avaliando nossas atitudes e nosso jeito de ser e, muitas vezes, “exagerando” na dose? Poderíamos chamar esse exagero de autocrítica excessiva. No entanto, por diversos motivos, temos uma visão distorcida dos fatos e de nós mesmos. Isso se dá devido ao jeito como fomos criados e pela influência das pessoas com as quais convivemos. E, com isso, adotamos um comportamento perfeccionista e preocupado em realizar tudo da melhor maneira possível. Muitas vezes, torna-se difícil aceitar algo que não saia de forma correta (pelo menos na nossa forma de ver o mundo) e, também, de aceitar que não somos perfeitos, mas passíveis de erro.
Mas, então, ser perfeccionista é um erro? Características como zelo, responsabilidade, empenho em fazer tudo bem feito são boas, mas podem esconder uma imensa dificuldade em errar e um sofrimento exagerado quando isso acontece. Podemos estender essa exigência não só em relação à visão que temos de nós, como também em relação à crítica excessiva ao outro. Situação essa que acaba criando dificuldades em nossos relacionamentos.
E o que pode gerar essa crítica excessiva?
Mau humor, pensamentos negativos, baixa autoconfiança, dificuldade para decidir. Como um círculo vicioso, essas características se alimentam entre si. Se não aceito um erro, fico de mau humor, penso negativamente e, cada vez mais, deixo de ter confiança em mim.
Uma ótima possibilidade para mudar esse quadro é ampliar sua capacidade de autocompreensão; de avaliação mais clara e objetiva das situações; e com maior dose de racionalidade. Pergunte-se: “Será que, de fato, eu não posso errar?”. “Será que meus resultados realmente são ruins ou sempre estou insatisfeito com tudo?”.
Ajuda de outras pessoas
Outro passo importante para superar esse sentimento é reconhecer seus pontos fortes, suas qualidades. Nossos amigos e pessoas com as quais convivemos podem ser ótimas fontes de referência para essas perguntas, quando nós mesmos não conseguimos respondê-las. Muitas vezes, o olhar do outro é muito mais claro e desprovido de crítica do que nosso próprio olhar.
Por mais que estejamos errados, se nossa visão não é tão distorcida, conseguimos ter, até mesmo no erro, uma visão mais adequada, uma capacidade de corrigir-nos sempre que errarmos. Sem sofrer exageradamente e ter um diálogo interno positivo, com menos punição e mais ação em busca de novas possibilidades.
Ainda, tenha cuidado com as pessoas que têm a opinião crítica em excesso! Já imaginou dois críticos juntos?
Você acredita mesmo que não tenha nada de bom, que tudo aquilo que faz está ruim ou não tem valor? Se você se identificou com essas características, experimente um exercício de reflexão e cuidado consigo e com suas qualidades que, certamente, você possui. Não se trata de negar o que é ruim, mas dar o peso adequado às situações e comportamentos e, especialmente, de compreender que falhamos, mas que temos a possibilidade de dar a volta por cima.
Elaine Ribeiro dos Santos
Psicóloga Clínica e Organizacional