As paróquias da Arquidiocese de Belo Horizonte, em sintonia com Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), irão tocar os sinos, hoje quarta-feira, dia 2 de abril, às 9h, em homenagem à canonização do beato José de Anchieta.
Em carta enviada aos bispos, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, explica que será um "gesto de alegria, gratidão e comunhão por estar inscrito entre os santos, o Apóstolo do Brasil".
Durante a 52ª Assembleia Geral da CNBB, que acontecerá em Aparecida (SP), será celebrada missa em ação de graças pela canonização do beato, no dia 4 de maio, às 8h, no Santuário Nacional de Aparecida.
Em Betim (MG), a Paróquia Bem-Aventurado José de Anchieta, bairro Icaivera, fará uma homenagem especial ao Padroeiro. Além do toque do sino, fiéis de toda a comunidade se reunirão, a partir das 18h, para reza do Terço e veneração da relíquia. Às 19h30, Missa celebrada pelo bispo auxiliar dom Luiz Gonzaga Fechio.
A Comunidade dos Jesuíta de Belo Horizonte também prepara uma homenagem especial para o dia 23 de abril, quando reunirão os religiosos jesuítas para Missa e veneração da relíquia.
História do Apóstolo do Brasil
O padre José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534, nas ilhas Canárias, Espanha. Seu primeiro contato com os jesuítas foi quando estudava filosofia na universidade de Coimbra, Portugal. Em 1551, Anchieta entrou na Companhia de Jesus.
A missão no Brasil começou em 1553, quando, ainda noviço, aos 19 anos, desembarcou em Salvador (BA) para trabalhar com padre Manuel da Nóbrega e outros missionários.
A fundação da cidade de São Paulo está relacionada à primeira missa celebrada na missão de Piratininga, em 25 de janeiro de 1554, festa litúrgica da Conversão do apóstolo São Paulo. Ali, os jesuítas fundaram um colégio, o primeiro da Companhia de Jesus na América Latina.
Outros elementos são marcantes na história do beato José de Anchieta, no Brasil. Ele ensinou a língua portuguesa aos filhos de índios e de portugueses; aprendeu a língua indígena; escreveu gramática, catecismo, peças de teatro e hinos na língua dos índios, além de outras obras em português, latim, tupi e guarani; participou de negociações de paz em conflitos entre índios e portugueses; fundou outro colégio no Rio de Janeiro, no qual foi reitor; foi responsável por outras missões; provincial dos jesuítas no Brasil; e escreveu muitos relatos sobre a missão e particularidades da terra e do povo brasileiros.
José de Anchieta morreu em 9 de junho de 1597, em Reritiba, cidade fundada por ele no Espírito Santo que futuramente recebeu o nome de Anchieta.
O título de “Apóstolo do Brasil” foi dado pelo prelado do Rio de Janeiro, dom Bartolomeu Simões Pereira, durante a homilia do funeral.
História baseada no artigo “Quem foi Pe. José de Anchieta?” de autoria do arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer.