Criada pelo Papa Paulo VI em 1967, com o intuito de compartilhar o sentimento de paz entre todos, independentemente da religião, no primeiro dia do ano, comemoramos o Dia Mundial da Paz e celebramos a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. Nas palavras de Paulo VI a proposta não tem a pretensão de ser qualificada como uma data exclusivamente católica ou religiosa. “Antes seria para que ela encontrasse verdadeira adesão junto a todos os amigos da paz”, disse.
No próximo 1º de janeiro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizará a primeira Jornada de Oração e Missão pela Paz de 2022. Promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN), fundada em 1º de abril de 2021.
Somos convidados a recordar de todos os países pelos quais a jornada rezou em 2021 e também a rezar por todas as situações que pedem uma atitude orante, intercessora e semeadora de paz e de Esperança, segundo o assessor da Comissão para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, padre Daniel Rochetti. Ainda segundo ele, a Jornada de Oração e Missão faz parte de uma série que coloca o valor da oração como “agir missionário” e propõe que cada cristão católico dedique um tempo do dia para rezar por determinado país.
Ele ressalta ainda que a oração é umas das formas mais significativas de colaborar com o trabalho missionário.
Clique no botão abaixo para assistir o vídeo motivacional da 1ª Jornada de Oração e Missão de 2022
Jornadas de Oração e Missão pelos países em 2021 (sempre no primeiro dia de cada mês)
- Myanmar, em 1º/04;
- Haiti, em 1º/5;
- Sudão do Sul, em 1º/6;
- Moçambique, em 1º/7;
- Terra Santa, em 1º/8;
- Afeganistão, em 1º/9;
- Madagascar, em 1º/10;
- Bolívia, em 1º/11 e
- Etiópia, em 1°/12.
Conheça a ACN
A ACN nasceu do sofrimento e da necessidade extrema de um povo que sentiu na própria pele a barbárie da maior guerra do planeta, a II Guerra Mundial. A Alemanha foi totalmente destruída e seu povo jogado nas piores condições humanas imagináveis. Diante deste quadro trágico surge uma esperança que consegue amenizar, ao menos um pouco, a dor deste povo marcado por uma batalha que não teve vencedores.
Em 1947, após a Segunda Guerra Mundial, o padre holandês Werenfried van Straaten viu a miséria em que viviam os alemães que permaneceram em sua pátria. Inquieto com a situação, escreveu um artigo desafiador, pregando o amor e a reconciliação aos que antes eram inimigos da Alemanha. Não demorou até que sua voz encontrasse corações generosos e sensíveis: milhares de pessoas passaram a ajudá-lo. Como a Europa estava dizimada pela guerra, eram poucos os que podiam ajudar com dinheiro; muitos doavam algo de casa, algum alimento. Toucinho era um alimento comum entre os mais humildes daquela região e o que mais se conseguiu arrecadar, conferindo ao padre Werenfried o apelido de “Padre Toucinho”.
Padre Toucinho observou que as pessoas que doavam sentiam uma profunda e autêntica alegria em seus corações e percebeu que o gesto da caridade não levava felicidade e alento apenas para os que seriam ajudados, mas também para os que estavam ajudando. A verdade bíblica se confirmava: “há mais felicidade em dar do que em receber” (At 20,35). Nascia então a ACN! (Kirche in Not em alemão). À medida em que o auxílio chegava aos mais necessitados – não mais somente na Europa – a ACN se tornava conhecida e os Papas pediam que se expandisse ainda mais a obra, não apenas para aqueles que passavam necessidades por conta da guerra, mas para todos os que sofriam por viver a sua fé.
A relação dos Papas com a ACN sempre foi muito marcante: São João XXIII incumbiu a missão de que a Igreja na América Latina fosse também apoiada pela ACN; Paulo VI, antigo benfeitor, colocou a ACN sob jurisdição da Santa Sé; São João Paulo II foi um grande amigo do padre Werenfried e reconheceu a Obra como Organização Pública de Direito Pontifício; Bento XVI, que também foi benfeitor antes de Sumo Pontífice, elevou a ACN à categoria de Fundação Pontifícia, passando sua sede para o Estado do Vaticano. Agora, a Fundação Pontifícia ACN está a serviço do Papa Francisco, tornando possível o seu pedido de fazer uma Igreja mais próxima do necessitado, do pobre, do excluído, ou seja, dos prediletos de Deus.