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Campanha da Fraternidade 2020: abrir o coração para a compaixão

A quarta-feira de cinzas abre o período penitencial dos católicos, a quaresma. Durante esse tempo os fiéis são convidados à conversão. Além da oração e do jejum, que caracterizam o período, a Igreja no Brasil promove a Campanha da Fraternidade (CF) para a melhor vivência da prática quaresmal.

A CF originou-se no início da década de 1960, no Nordeste do Brasil, após grande insistência de três padres, na época responsáveis pela Cáritas Brasileira. A campanha visava arrecadar fundos para diversas atividades assistenciais. Posteriormente ela passou a ser organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), refletindo sobre temas atuais da sociedade brasileira.

No ano de 2020, a campanha tem como tema “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e como lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”. Isto se inspira no relato evangélico de Lucas (10, 33-34), em que Jesus conta uma parábola. Nela, um homem que fora assaltado, espancado e jogado a beira da estrada recebe os cuidados de um samaritano, após ser ignorado por um sacerdote e um levita. O bom samaritano teve misericórdia, cuidou do homem, enfaixou-lhe as feridas e levou-o para uma hospedaria, abrindo totalmente o seu coração para a compaixão com o próximo. A parábola termina com Jesus dizendo: “Vá e faça o mesmo”.

Assim, Jesus pede também a cada um de nós que façamos o mesmo. Estamos cumprindo? Na atualidade, muito vemos do sofrimento do outro – dos mais pobres, dos trabalhadores sem direitos, das famílias que vivem em condições precárias, das pessoas em situação de rua, de mulheres violentadas, de pessoas que sofrem com a homofobia e muita outras realidades. Olhamos com compaixão para o nosso próximo? Fazemos o que o bom samaritano nos ensinou? Ou estamos ignorando essas realidades, sendo intolerantes e preconceituosos?

Ao passar pela vida ameaçada, o bom samaritano teve compaixão e dela cuidou. Nos dias de hoje, quantas vidas andam ameaçadas e violentadas! Por exemplo, índios, quilombolas e outras comunidades tradicionais, cada vez mais têm seus direitos retirados, caem no esquecimento e são vítimas da cruel violência. Dessa forma, nós, como cristãos batizados, profetas da esperança, só poderemos mudar o mundo, a nossa sociedade, abrindo nosso coração para a compaixão, como verdadeiros seguidores do Cristo. Só o faremos sendo misericordiosos uns com os outros, sendo bons samaritanos, cuidando-nos mutuamente.

Portanto, é de extrema importância abrir o coração para compaixão, sermos mais tolerantes, mais respeitosos, menos preconceituosos. Importa sermos verdadeiramente uma Igreja samaritana, que ama e acolhe, tem compaixão do próximo e age profeticamente por meio do seu povo, caminhando ao lado dos que sofrem. Essa Igreja samaritana começa a partir de cada um de nós, agindo por meio das pastorais, de ações concretas em favor dos pequeninos do Reino, da transformação social anunciada no Evangelho.

José Maurício Ferraz é colaborador do Santuário Arquidiocesano São Judas Tadeu, coordenador da Pastoral Social e da Pastoral do Povo de Rua, discente em Serviço Social pela PUC-MG.