Representantes dos Conselhos Pastorais da Arquidiocese de Belo Horizonte (Conselho Arquidiocesano de Pastoral, Conselho do Vicariato Pastoral, Conselho do Vicariato para Ação Social e Política e os conselhos pastorais das regiões episcopais e comissões ampliadas da 5ª APD) se reuniram em assembleia para analisar os resultados parciais da pesquisa realizada com o objetivo de nortear os trabalhos da 5ª Assembleia do Povo de Deus (5ª APD). Padres e religiosos também foram convidados a participar do evento realizado pelo Vicariato para a Ação Pastoral, na quarta-feira, dia 24 de agosto, no auditório da Paulinas Livraria.
Para Pe. Aureo Nogueira, vigário episcopal para a Ação Pastoral, o Seminário tem uma perspectiva interessante, pois revela o esforço da Arquidiocese de escutar as pessoas, não somente aquelas que frequentam as comunidades, mas também aquelas que desejam opinar sobre a atuação da Igreja local no aspecto da evangelização e da missão. Este ano, em ocasão da 5ª APD, foi feito um questionário online. “O objetivo ontem foi de avaliar os dados, o que é possível ler como desafios da ação evangelizadora da Arquidiocese, por exemplo, alguns aspectos relacionados à juventude”. Segundo o vigário episcopal, ainda é um desafio dialogar com as diversas realidades de juventude.
Outros aspectos desafiadores constatados através dos dados pontuados pelo padre são: a atuação mais eficaz e coordenada do serviço social em toda a Arquidiocese, e também, a formação humana-bíblica-cristã e catequética das lideranças. Para Pe. Aureo, a formação das lideranças é necessária para qualificar mais a rede de comunidades.
“A Igreja toda é ministerial, centrada na palavra, não apenas na perspectiva de uma Igreja hierárquica centrada na figura do padre, do bispo – esses com papeis importantes – mas uma Igreja com um laicato maduro, compromissada com a transformação da sociedade e das estruturas de pastoral nos desafios do mundo de hoje”, disse.
Dom Joaquim Mol, bispo auxiliar, incentivou os fiéis a ter coragem para ousar em suas propostas durante esse processo de renovação das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Belo Horizonte.
O bispo enfatizou que o momento atual da Igreja particular de Belo Horizonte é oportuno para que todos se debrucem sobre o caminho percorrido e busquem um novo tempero para tornar mais vibrante todo o processo. “E esse tempero é a reforma que o Papa Francisco está pelejando para fazer na Igreja, ou seja, já está fazendo, com o apoio de uma turma que caminha com ele. Podemos fazer o mesmo se colocarmos na nossa caminhada esse tempero que anima a dar passos novos, com ousadia, formando uma turma que vai puxando mais e mais pessoas para frente”.
Dom Mol sublinhou que o ideal, nessa 5ª APD, não é fazer muito do mesmo e, sim, procurar realizar, até mesmo um pouco menos, mas de algo que realmente valha a pena e contribua para a contemporaneidade da Igreja. “Sei que é difícil” – disse o bispo – “especialmente nesse momento em que se convive com a perda de direitos, com descréditos, numa realidade que tem ingredientes ruins. Mas o desafio é fazer a Assembleia do Povo de Deus no contexto atual, sem se deixar fisgar por essa depressão institucional”.
Os resultados da pesquisa, que se estende até outubro deste ano, fundamentaram-se em 6.569 questionários respondidos, na íntegra, até julho passado, por pessoas de perfis variados residentes nos 28 municípios que integram a Arquidiocese de BH. Os dados foram sistematizados e apresentados pelo professor e teólogo padre Manoel Godoy, diretor Executivo do Instituto Santo Tomás de Aquino. Padre Manoel Godoy demonstrou preocupação com o alto percentual de respostas a questões importantes que representam indefinição, ou seja: muitos entrevistados responderam “mais ou menos” em perguntas decisivas, por exemplo, sobre a ação profética da igreja, o peso da burocracia e a respeito da proximidade da igreja e sua influência na vida de seus fiéis.
Padre Manoel Godoy integrou a equipe que conduziu as reflexões ao lado da professora do Centro Loyola e da PUC Minas, Lucimara Trevisan, que apresentou questões relativas à renovação da vida comunitária; da teóloga Elizabeth Corazza, mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta (FAJE), que convidou os presentes a refletirem sobre a espiritualidade encarnada, e do assessor de Políticas Sociais do Vicariato para a Ação Social e Política e mestre em Ciências Sociais, Frederico Santana Rick, que falou sobre a inserção social, na perspectiva dos resultados parciais da pesquisa que norteará os trabalhos da 5ª Assembleia do Povo de Deus.
Fonte: arquidiocesebh.org.br